Contribuição da Psicóloga Vanessa Barroso
Existem crianças que dormem na cama dos pais ou só dormem tendo a presença deles choram muito e tem muito medo para ir à escolinha porque ficarão sem eles e muitas delas até adoecem.
Crianças com esses comportamentos demonstram falta de segurança e autonomia, pouca tolerância à frustração e baixa auto-estima, além de poderem apresentar dificuldades de relacionamento. Geralmente são dependentes emocionalmente e temem serem abandonadas.
Na fase escolar, o “grude” é evidenciado de outras formas. A criança pode desenvolver dificuldades em acompanhar a evolução das aulas por temer pedir ajuda à professora.
Geralmente esse ‘grude’ está mais relacionado com os medos e inseguranças dos pais do que os da própria criança. Os sentimentos vivenciados pelos filhos, são reflexos dos sentimentos dos pais.
Pais que normalmente se mostram super protetores com os filhos tendem a oferecer mais ajuda do que eles realmente necessitam, querendo resolver todos os problemas das crianças.
A criança superprotegida torna-se muito dependente, precisando da atenção, aprovação e ajuda dos pais. Não consegue ter iniciativa e nem vencer as dificuldades que aparecem.
Pais autoritários que abusam dos castigos, com excesso de repreensões podem deixar a criança agressiva e desinteressada pelos estudos. Saber equilibrar, serem assertivos é a melhor opção.
Os pais costumam ficar satisfeitos com filhos obedientes e emocionalmente dependentes, mas na verdade os prejuízos futuros da dependência e da ausência de uma vida criativa são grandes.
Como evitar o “grude” - Os primeiros passos do “desgrude” devem ser dados pelos adultos. Os pais podem começar por expressões concretas de amor ao filho. Carinho dos pais ajuda os filhos terem maior confiança e sociabilidade. Mas esse amor tem que vir junto com limite. Crianças que não se sentem exigidas consideram-se menos queridas.
“Para um melhor desenvolvimento infantil é necessário que os filhos tenham seu próprio espaço, ou seja, sua cama, seus objetos, seus brinquedos e que adquiram suas responsabilidades e autonomias de acordo com a idade, como escovarem os dentes, se alimentarem, se vestirem, tomarem banho e com o passar dos anos saírem sozinhos de casa”.
Estimulando independência dos filhos, estes se tornam mais adaptados às situações sociais. Isso não quer dizer que os pais estarão abandonando seus filhos, mas deixando que façam por si próprios, pois só aprende quem faz.
Sabemos que os sentimentos dos pais são de proteger seus filhos, impedindo que passem por decepções e tenham frustrações. Se pudessem, os colocariam numa redoma, porém impediriam que eles crescessem. Os pais devem ensinar seus filhos e não fazer por eles. Num futuro próximo eles irão agradecer”.
Bruno Thadeu (Psicólogo)
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